Rio Polímeros a ser inaugurado amanhã, recebe financiamento de R$ 680 milhões do BNDES
· Complexo gás-químico de Duque de Caxias tem potencial de geração de 17,5 mil empregos na cadeia da indústria plástica
O Complexo Gás-Químico do Rio de Janeiro será inaugurado amanhã, dia 23, em Duque de Caxias (RJ). O projeto Rio Polímeros vai fabricar 540 mil toneladas de polietileno por ano, a partir da produção anual de 510 mil toneladas de eteno, e receberá investimentos de US$ 1,1 bilhão. Desse total, o BNDES financia R$ 680 milhões, além da participação acionária equivalente a US$ 73,4 milhões.
A unidade, que tem como sócios a Unipar (33,3%), a Suzano (33,3%) a Petroquisa (16,7%) e a BNDESPAR (16,7%), conta com um potencial de geração de cerca de 17,5 mil empregos ao longo da cadeia e será o único complexo petroquímico integrado do País. Ou seja, reunirá a produção da primeira e a segunda geração, o eteno e o polietileno, em uma mesma unidade e será uma das maiores do mundo, criando um novo eixo de desenvolvimento para o Estado do Rio.
Ao entrar em operação, a empresa será responsável pela manutenção de 350 empregos diretos e 190 indiretos. Durante as obras, o número de empregados atingiu sete mil. O complexo vai fornecer matéria-prima para a cadeia de transformados de plásticos, que gera 1 emprego para cerca de 20 toneladas transformadas.
Além disso, o complexo fluminense será o primeiro do setor a utilizar o gás natural, fornecido pela Petrobras e extraído da Bacia de Campos, como matéria-prima, uma vez que os demais pólos petroquímicos - da Bahia, de São Paulo e do Rio Grande do Sul - usam a nafta como insumo básico.
A principal vantagem do uso do gás, em relação à nafta, diz respeito aos custos do projeto. Os investimentos necessários para a implantação de uma unidade a gás natural são cerca de 50% inferiores aos pólos que utilizam a nafta como matéria-prima para a produção petroquímica. Outra vantagem competitiva da Rio Polímeros está relacionada à proximidade do mercado consumidor, as Regiões Sul e Sudeste do País, responsáveis por, aproximadamente, 80% do consumo nacional de polietileno.
A Rio Polímeros exportará cerca de 30% de sua produção de polietilenos (150 mil t/ano), gerando cerca de US$ 100 milhões em divisas. Para isso, a empresa assinou um contrato de venda de dez anos com uma exportadora, a Vinmar.
O restante será vendido no mercado interno para fazer frente ao crescimento de demanda previsto para os próximos anos nos mercados de filmes para embalagens, utilidades domésticas e saneamento básico. A indústria de plásticos, principal cliente petroquímico, cresce a uma taxa três vezes superior ao Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, a produção anual brasileira é de 1,5 milhão de t/ano de polietileno, volume suficiente para atender à demanda doméstica. Diante da perspectiva de expansão da economia brasileira, o setor precisará investir no aumento da produção. A indústria plástica brasileira é composta por sete mil empresas e gera 200 mil empregos.
O financiamento do projeto foi estruturado na modalidade de project finance. Foi constituída uma companhia de propósito específico, a Rio Polímeros S.A., reunindo os quatro acionistas. Os sócios da Rio Polímeros foram responsáveis pelo aporte de cerca de 40% dos recursos para o projeto. O restante foi contratado com três instituições financeiras principais: BNDES, Eximbank (EUA) e Sace (Itália), esta última assumindo apenas o risco comercial e político dos recursos, obtidos através de um sindicato de bancos comerciais.