BNDES financia com R$ 45 milhões pesquisa de medicamentos da Biolab
· Investimento total do projeto será de R$ 63,4 milhões
· Vendas de medicamentos voltou a crescer em 2005
· Laboratórios nacionais já detêm 40,6% das vendas
A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 45,5 milhões à empresa Biolab Sanus Farmacêutica Ltda., destinado a apoiar a pesquisa de 13 novos medicamentos, a criação de duas novas formas de apresentação e a construção de uma planta semi-industrial para o desenvolvimento de novas formulações.
O crédito será liberado no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica – Profarma, nos moldes do subprograma Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação. Como o investimento total será de aproximadamente R$ 63,4 milhões, a Biolab aplicará R$ 17,9 milhões com recursos próprios.
Grupo - A Biolab Farmacêutica é uma empresa de capital nacional. Pertence ao grupo Castro Marques, integrado também pela Sintefina e o laboratório União Química. O grupo foi formado a partir de um processo de aquisição de plantas industriais do Laboratório Searle, da multinacional Monsanto. Enquanto a Biolab é responsável pela produção de medicamentos vendidos sob prescrição médica, a União Química atua nos segmentos de genéricos e remédios comercializados sem receita, e a Sintefina na produção e desenvolvimento de princípios ativos.
Com cerca de 2,4 mil empregados, o grupo Castro Marques tem três unidades instaladas na Grande São Paulo, em Embu-Guaçu, Taboão da Serra e Itapecerica da Serra, além de uma planta industrial em Pouso Alegre (MG), e está implantando mais uma em Brasília (DF), que deverá entrar em operação ainda no primeiro semestre.
O grupo tem se expandido também com a aquisição do controle de empresas surgidas com apoio de centros incubadores mantidos por universidades, como a Dalmatia, criada na UFRJ, a Hormogen e a Biotec Tecnologia, desenvolvidas na USP.
De acordo com informações da própria empresa, a Biolab investe cerca de 5% de seu faturamento líquido em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A maioria de seus projetos tecnológicos tem parceria com universidades e institutos de pesquisa.
Mercado - No período de 1997 a 2003, o volume de vendas dos medicamentos teve progressiva queda e o País caiu para a 11ª posição no mercado farmacêutico mundial. A situação somente se reverteu a partir de 2004, quando as vendas voltaram a crescer, e o Brasil subiu para a 10ª colocação no ranking. No ano passado, segundo estimativa preliminar da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica – Febrafarma, a expansão se manteve e o setor cresceu pelo menos 10%, com faturamento de R$ 20 bilhões.
Além do aumento do volume de vendas, está ocorrendo uma mudança significativa no perfil do setor, com expressivo fortalecimento dos laboratórios de capital nacional, que passaram a responder por 40,6% das vendas.
O segmento de genéricos também tem registrado significativa expansão, já atingindo cerca de 12% das vendas, e com tendência de crescimento progressivo, como ocorre nos países desenvolvidos, onde este tipo de medicamento já responde por aproximadamente 40% do mercado.