Suzano Bahia Sul inicia projeto em Mucuri (BA) com apoio do BNDES
· Banco financia expansão da capacidade produtiva com R$ 2,4 bilhões
A Suzano Bahia Sul Celulose S.A. lançou nesta sexta-feira, dia 3, a pedra fundamental do projeto de expansão da capacidade produtiva em sua unidade industrial de Mucuri, na Bahia. O projeto prevê investimentos de R$ 3,5 bilhões em três anos, dos quais R$ 2,4 bilhões serão financiados pelo BNDES. Todo o aumento de produção obtido pelos novos investimentos será destinado à exportação, o que deve gerar cerca de US$ 500 milhões anuais em novas divisas para o país. A cerimônia de lançamento da pedra fundamental contou com a presença dos governadores da Bahia, Paulo Souto, e do Espírito Santo, Paulo Hartung. O BNDES foi representado pelo vice-presidente, Demian Fiocca, que na ocasião fez um breve pronunciamento. A seguir, o discurso de Demian Fiocca:
"É uma enorme satisfação participar desta cerimônia, representando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, pois se trata de um momento de grande importância para o país. O encontro de hoje é a consumação de uma reunião que tivemos em outubro passado, em que o presidente Lula recebeu no Palácio do Planalto os presidentes do BNDES, Guido Mantega, e do Grupo Suzano, David Feffer, em companhia ainda de Daniel Feffer, vice-presidente do grupo, e do diretor do BNDES Carlos Kawal. Encontro no qual eu também estava presente.
Crescimento Sustentado - Projetos de grande porte e de longo prazo, como esta magnífica iniciativa da Suzano Bahia Sul Papel e Celulose, são a evidência de que o Brasil entrou em um ciclo de crescimento sustentado.
O setor de papel e celulose é de fundamental importância para o Brasil, sendo responsável por 108 mil empregos diretos. No ano passado a produção brasileira de celulose atingiu 10 milhões de toneladas e a de papel 8,6 milhões.
O BNDES avalia que nos próximos três anos cerca de R$ 10 bilhões serão investidos em novos empreendimentos do setor, com efeitos positivos para toda a economia do país. A carteira total de investimentos do BNDES para o setor chega a R$ 17,5 bilhões até 2010.
Mas este investimento que hoje inauguramos tem um caráter exemplar não só por seu porte, mas também por uma característica específica deste e de alguns outros setores. Papel e celulose, assim como petroquímica e siderurgia, são setores intensivos em capital, que exigem grande comprometimento dos empreendedores. Esse tipo de comprometimento não ocorria enquanto o Brasil estava sujeito a crises financeiras e à instabilidade. Quando ele ocorre, como agora, é porque o Brasil adquiriu um novo patamar de confiança em seu futuro.
Em 2004, quando o então Ministro Guido Mantega e eu viemos para o BNDES, pudemos confirmar, pela carteira de projetos que estava em andamento no banco, a percepção de que o Brasil tinha iniciado um ciclo de desenvolvimento mais sólido do que no passado.
Na siderurgia, que há muito tempo não recebia investimentos mais expressivos, a carteira de projetos no BNDES indica hoje investimentos da ordem R$ 30 bilhões. Na petroquímica, outro setor intensivo em capital e que demanda confiança de longo prazo, os planos do setor alcançam R$ 17,5 bilhões.
Mas, até que começassem a se concretizar os projetos, aqueles números ainda eram possibilidades. Com a aprovação no BNDES e o lançamento desta pedra fundamental, nós temos a satisfação de ver confirmar-se aquilo que, há um ano, nós dizíamos que iria acontecer.
Nacionalização da cadeia produtiva
Um outro objetivo do Governo Lula que este projeto concretiza é a crescente nacionalização das cadeias produtivas, para que os novos empreendimentos gerem mais empregos indiretos e dêem sustentação a outras empresas nacionais. Um caso que ficou conhecido foi a maior exigência de nacionalização nas plataformas da Petrobrás, o que praticamente fez ressurgir a indústria naval no Rio de Janeiro. Lá o Governo exigiu um mínimo de nacionalização de 60%. Neste projeto da Suzano Bahia Sul, cerca de 70% dos novos equipamentos a serem implantados na expansão de Mucuri serão fabricados por empresas brasileiras.
Apoio ao Nordeste e geração de empregos
Assim como o BNDES e a Petrobrás ajudaram a impulsionar a economia do Rio de Janeiro, acredito que este projeto será um marco na história do desenvolvimento do Nordeste. A expansão da Suzano Bahia Sul, que irá beneficiar diretamente o Sul da Bahia e o Norte do Espírito Santo.
Para ajudar a atrair investimentos para as regiões menos desenvolvidas do país, o BNDES reduziu em 1% ao ano os juros cobrados para financiamento no Norte e Nordeste.
Em 2005, os desembolsos totais do BNDES alcançaram R$ 47 bilhões, um crescimento de 18% em relação ao ano anterior. Mas, para o Nordeste, os desembolsos cresceram 39%. E as perspectivas futuras continuam muito positivas. Em volume de projetos aprovados em 2005, mas ainda não inteiramente desembolsados, o crescimento das operações do BNDES foi ainda maior. A Diretoria do BNDES aprovou financiamentos no montante total de R$ 54,5 bilhões em 2005, um crescimento de 44% em relação às aprovações do ano anterior. As aprovações em um dado ano servem de indicação da tendência de desembolsos em anos futuros.
Projeto Social
A expansão da produção também prevê uma grande parceria com pequenos proprietários rurais, que poderão se transformar em fornecedores de madeira para a unidade de Mucuri. Trata-se de uma iniciativa que trará benefícios para a população rural, contribuindo para a melhoria de sua renda e para a fixação do homem no campo.
Além dessa parceria com os pequenos proprietários e dos empregos que serão gerados pela unidade industrial, os benefícios para a população vizinha ao projeto virão ainda em investimentos sociais que serão realizados pela empresa em sua área de influência, totalizando R$ 24 milhões até 2008. Para esses investimentos sociais, o BNDES cobra juros zero, apenas repassando o custo da TJLP.
Exportações
Nos próximos três anos, os investimentos da Suzano Bahia Sul Papel e Celulose irão transformar a unidade industrial de Mucuri na maior do mundo em escala de produção de celulose. O investimento trará para o Brasil um aumento de divisas da ordem de meio bilhão de dólares ao ano.
Esse sólido fluxo de recursos diminui a vulnerabilidade do Brasil e assim afasta ainda mais a possibilidade de que se repitam crises como as vividas no passado ainda recente, em que o país se viu obrigado a interromper o crescimento da economia devido a dificuldades financeiras.
Banco de Desenvolvimento
Antes de assumir, a atual Diretoria do BNDES foi convocada a Brasília pelo presidente Lula, que nos deu a missão de reforçar o caráter de banco de desenvolvimento do BNDES. Seguindo essa determinação, os esforços de todo o banco têm sido sempre no sentido de aperfeiçoar suas políticas, superar eventuais dificuldades e ir atrás de soluções, até que os projetos se concretizem.
O projeto que hoje vemos nascer faz parte desse movimento de recuperação da crença de que o empenho de cada um de nós ajuda o Brasil a avançar. E reforça minha convicção de que, de fato, estamos, a cada ano, avançando, no desenvolvimento e na área social."