BNDES aprova financiamento de R$ 175 milhões para terminal de granéis no Porto de Santos
· Capacidade de movimentação é de seis milhões de toneladas/ano
· Projeto amplia competitividade das exportações brasileiras de soja
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do BNDES, Demian Fiocca, anunciaram nesta quinta feira a aprovação pelo Banco de financiamento de R$ 175 milhões para a implantação de um terminal de granéis sólidos na margem esquerda do canal do Porto de Santos, no município do Guarujá (SP), com a construção de dois armazéns e reforma do berço existente. Lula e Fiocca vistoriaram o local das obras junto com o governador paulista, Cláudio Lembo.
O financiamento aprovado à empresa Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) equivale a 55% do investimento total, de R$ 321 milhões. A TGG tem entre seus controladores a Bunge Alimentos e a Amaggi Exportadora e Importadora, ambas com destaque no segmento de comercialização de produtos do complexo soja, além da Ferronorte, ferrovia que transporta a soja da região Centro-Oeste para o Porto de Santos.
O novo terminal privativo terá capacidade nominal de movimentação de até 6 milhões de toneladas anuais de soja e seus derivados, com a armazenagem e o embarque do grão proveniente de produtores da região Centro-Oeste do país.
O projeto do terminal de granéis sólidos do TGG engloba a construção de um sistema de manuseio de grãos, outro para descarga de trens e caminhões, além de instalações administrativas.
O sistema de manuseio de grãos compreende a edificação de dois armazéns, reforma do berço existente, que será equipado com quatro torres de carregamento e instalação de um conjunto de esteiras transportadoras.
A construção de uma "pera ferroviária" no sistema de descarga de veículo vai agilizar as manobras das composições.
O TGG será construído de acordo com as normas e os padrões internacionais, no que se refere ao manuseio e armazenagem de grãos. Será um dos mais modernos do Brasil e um dos mais produtivos da costa leste da América do Sul, tornando as exportações brasileiras de soja ainda mais competitivas, em função da integração logística do projeto e da redução no custo do frete, com a maior utilização do modal ferroviário.
O empreendimento vai gerar 170 empregos diretos e 250 indiretos, além de permitir a manutenção dos postos de estivadores e assemelhados, em razão do aumento na movimentação de produtos no Porto de Santos.
O Porto de Santos é um dos mais utilizados para o escoamento de produtos do complexo-soja provenientes da região Centro–Oeste. Ele responde por cerca de 30% do volume de soja embarcada por ano pelo país. Entre os principais méritos do projeto do TGG, destacam-se o aumento no volume de carga das ferrovias Ferronorte e Ferroban (que ligam o Mato Grosso a São Paulo); agilização do processo de descarga das composições ferroviárias, reduzindo o tempo de permanência dos vagões no terminal; diminuição do custo de armazenagem e da operação portuária de soja e derivados comercializados.
O terminal contará com acesso à infra-estrutura rodoviária e ferroviária, através da malha da Ferroban, beneficiando-se do fluxo constante de grãos. Destaca-se que a malha da Ferronorte interliga-se às linhas da Ferroban, atingindo, dessa forma, o Porto de Santos. Ambas as empresas pertencem ao Grupo Brasil Ferrovias, incorporado recentemente pela América Latina Logística (ALL), da qual o BNDES, mediante a BNDESPAR, detém 12,7% do capital total.
Com o financiamento ao TGG, o BNDES dá mais um passo para a reestruturação da logística de transporte e de comercialização do país. O Banco está presente em cada uma dessas etapas. Participou ativamente da reestruturação do transporte ferroviário brasileiro e do processo de fortalecimento da Brasil Ferrovias, com financiamentos para a implantação da malha da Ferronorte.
Bunge Alimentos - O grupo Bunge é o maior processador de soja da América Latina, com capacidade de esmagamento de cerca de 26,5 mil toneladas de soja/ dia no Brasil.
A Bunge possui operações em 16 estados brasileiros e trabalha com plantas de processamento de soja, refinarias e hidrogenação de óleos, margarinas e maioneses. Possui também moinho de trigo, silos e terminais portuários. O grupo atua também no segmento de fertilizantes.
Amaggi - Fundado na década de 1950, o grupo Amaggi tem atividades no setor de armazenamento, esmagamento e comercialização de soja, produção de sementes e fornecimento de insumos agrícolas.
Como empresa de trading, a Amaggi exporta a maior parte da soja originada (95% na safra 2004/2005). A empresa tem duas plantas de esmagamento em operação: em Cuiabá (MT) e em Itacoatiara (AM).