BNDES abre chamada pública para selecionar gestor de Funcine
O BNDES abre nesta sexta-feira, 10, uma chamada pública que selecionará gestores para um fundo de investimento cujo objetivo é capitalizar empresas do setor audiovisual. Os recursos do Funcine poderão ser usados para investimentos nos planos de negócios de empresas de toda a cadeia produtiva do setor audiovisual.
• Objetivo do Fundo será capitalizar empresas do setor audiovisual
O BNDES abre nesta sexta-feira, 10, uma chamada pública que selecionará gestores para um fundo de investimento cujo objetivo é capitalizar empresas do setor audiovisual. Os recursos do Funcine poderão ser usados para investimentos nos planos de negócios de empresas de toda a cadeia produtiva do setor audiovisual (produção, distribuição, exibição cinematográfica e prestadoras de serviços de infraestrutura), inclusive apoiando movimentos de consolidação.
A novidade deste fundo é que, ao contrário da maioria dos Funcines em operação, o foco não será o investimento em projetos de produção audiovisual (filmes), mas na capitalização e melhoria da gestão e governança do setor.
As propostas dos gestores podem ser entregues ao BNDES até o dia 15 de março de 2011 e serão analisados por um comitê de superintendentes do Banco. O processo de seleção deve ser concluído em maio do ano que vem e vai levar em conta critérios como experiência em estruturações de operações de mercado de capitais, modelo de governança do gestor e do fundo e apresentação de negócios em perspectiva, entre outros itens. O regulamento completo pode ser acessado em www.bndes.gov.br.
Caberá ao gestor estruturar o Funcine e atrair investidores para compor seu capital. O BNDES se compromete a aportar até R$ 30 milhões, limitados a 70% do patrimônio comprometido do fundo. A decisão sobre quais empresas receberão recursos do Fundo será tomada por um comitê de investimentos formado pelo BNDES e pelos demais cotistas.
Funcines – Os Funcines são fundos regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), destinados a investimentos no setor audiovisual, incluindo cinema e TV, e envolvem todos os elos da cadeia produtiva, abarcando empresas de infraestrutura, fornecedores, distribuidores, exibidores e produtores.
O Banco investe em Funcines desde 2005 e, no momento, atua em cinco fundos, sendo três em operação e dois em fase de captação. O total aplicado nos fundos em operação é de R$ 21,9 milhões, e o total comprometido é de R$ 47,1 milhões. Esta será a primeira vez que o BNDES escolherá o gestor do fundo por meio de chamada pública.
Cadeia produtiva – O setor audiovisual é um dos mais dinâmicos da economia mundial. O BNDES acredita que este é um bom momento para o setor no Brasil, com muitas oportunidades de crescimento. Nos últimos anos, a produção cinematográfica brasileira cresceu em volume e padrão artístico e técnico, ocasionando um aumento do interesse do público pelos filmes nacionais. O aumento da produção cinematográfica movimenta toda a cadeia produtiva do setor. Além disso, há enormes possibilidades de expansão do circuito exibidor em função do aumento de renda da população e em decorrência de ações governamentais nesse segmento.
O panorama para a produção de TV também é promissor. Mudanças na legislação que estão em debate no Congresso (PLC 116) demandarão que canais de TV por assinatura exibam um percentual mínimo de conteúdo nacional, o que abre espaço para o crescimento de produtoras independentes. Outras oportunidades são as produções para plataformas múltiplas (cinema, TV, Internet e novas mídias) e a ampliação do número de coproduções internacionais.
O investimento em Funcines é um dos instrumentos utilizados pelo BNDES para promover o desenvolvimento da cadeia produtiva do audiovisual. Além dos fundos, o Banco realiza desde 1995 seu edital de cinema, que já apoiou com recursos, no âmbito do artigo 1º da Lei do Audiovisual, 347 filmes, a maioria de longa-metragem. O Banco também possui uma linha de financiamento denominada Procult, que oferece financiamento aos diversos elos da cadeia produtiva do audiovisual (produção, distribuição, exibição e infraestrutura). Desde 2006, o programa já aprovou R$ 89 milhões em projetos.