Considerações sobre o artigo “Bolivarianismo no BNDES”
O BNDES enviou ao Blog do Noblat considerações sobre o artigo “Bolivarianismo no BNDES”, assinado por José Aníbal. Leia, abaixo, a íntegra da mensagem:
Em relação ao artigo de José Aníbal postado no blog, consideramos que o debate sobre a atuação do BNDES é bem-vindo, mas gostaríamos de agregar alguns dados sobre a atuação do Banco nos financiamentos à exportação que não foram mencionados:
1. Os financiamentos do Banco para exportações de bens e serviços em países como Venezuela e Cuba não começaram a ser feitos a partir do primeiro governo do presidente Lula. O primeiro empréstimo para o metrô de Caracas foi contratado em 2001, e em 1999 o BNDES financiou exportações de ônibus para Cuba.
2. A estrutura institucional que permite que o Banco realize financiamentos de longo prazo à exportação foi definida por lei aprovada em 1996 pelo Congresso, a partir de Medida Provisória emitida em 1994. Desde então, os mecanismos vem sendo utilizados, permitindo apoiar empresas brasileiras, gerando emprego e renda no País. Os critérios aplicados pelo Banco na concessão dos financiamentos não são ideológicos, mas técnicos e impessoais. Outro dado importante é que para as operações de exportação de bens e serviços do BNDES, a inadimplência é zero.
3. Não faz sentido comparar as taxas cobradas pelo BNDES nos créditos à exportação com custos de captação em bônus ou com as taxas praticadas pelo Banco domesticamente. A comparação é tão imprópria quanto comparar juros de um financiamento à casa própria com um empréstimo pessoal. O comprador de um bônus assume todo um risco de eventual default. Em contraste, nos créditos a exportação há garantias que mitigam o risco e permitem uma redução na taxa. Nos financiamentos à exportação o BNDES pratica taxas que estão em linha com aquelas oferecidas pelas agências de crédito à exportação concorrentes.