BNDES e Vale firmam parcerias em iniciativas socioambientais no Norte e Nordeste
Empresas investirão R$ 108 milhões em ações nas iniciativas Garante Amazônia e Juntos pela Saúde
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Vale anunciaram, nesta quinta-feira (10), a celebração de dois protocolos de intenção em iniciativas voltadas para o Norte e o Nordeste do País: o Programa de Garantia a Crédito para Bioeconomia na Amazônia (Garante Amazônia) e o projeto Juntos pela Saúde. As empresas aportarão R$ 108 milhões nas duas ações, que preveem a promoção da saúde básica e o estímulo à economia sustentável nessas regiões. A mineradora é a primeira parceira a aderir às iniciativas e aportará R$ 20 milhões no Garante Amazônia e R$ 34 milhões no Juntos pela Saúde. O anúncio ocorreu durante evento na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, em Sharm El Sheikh, no Egito.
O montante a ser destinado ao Garante Amazônia servirá de lastro para garantir financiamentos a atividades florestais sustentáveis na região Norte. Já os recursos para o Juntos pela Saúde serão empregados no fortalecimento da atenção primária nos municípios do entorno das operações da Vale no Pará e no Maranhão, com a expansão da experiência exitosa do projeto Ciclo Saúde Proteção Social, da Fundação Vale.
No Garante Amazônia, a participação da Vale se dará por meio do Fundo Vale, entidade sem fins lucrativos controlada e mantida pela mineradora para impulsionar soluções de impacto socioambiental positivo que fortaleçam uma economia sustentável, justa e inclusiva. Além do aporte financeiro da companhia, o Garante Amazônia também contará com R$ 20 milhões do BNDES, recursos não reembolsáveis que serão utilizados no apoio à prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural associados à execução das atividades financiadas com garantia do programa.
Na concessão de garantias, o Garante Amazônia será destinado a agricultores familiares, empreendedores familiares rurais, aquicultores, pescadores, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária e povos indígenas, além de associações ou cooperativas que reúnam esses pequenos produtores. Os financiamentos a serem garantidos através do programa serão concedidos por instituições financeiras parceiras, que, assim como ocorre nas operações indiretas do BNDES, ficarão responsáveis pela análise de crédito dos empréstimos.
Com a adesão da mineradora ao Juntos pela Saúde, o BNDES também aplicará R$ 34 milhões na iniciativa, uma vez que a estratégia de incentivo à participação de doadores privados é um matchfunding por meio do qual o Banco dobra o valor de qualquer outra doação. A iniciativa busca reunir R$ 200 milhões em recursos não reembolsáveis (R$ 100 milhões do BNDES), que serão aplicados em tecnologia e equipamentos para ampliar o acesso da população brasileira à saúde, além de melhorar a prestação dos serviços do SUS nas regiões Norte e Nordeste — principalmente por meio do fortalecimento da atenção primária.
Para o diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, “o Banco e a Vale demonstram mais uma vez a força e a importância do trabalho conjunto para garantir melhores condições de forma direta aos que mais necessitam”. O executivo explica que, no Juntos pela Saúde, buscou-se atender os chamados “vazios assistenciais”, ou seja, “levar saúde onde ainda há uma deficiência ou inexistência de atendimento, tendo como meta atender mais de 2 milhões de pessoas no Norte e Nordeste”.
“Já com o Garante Amazônia também buscamos esses ‘vazios’, mas de crédito e assistência técnica”, afirma Aranha. Segundo ele, com o apoio do programa, serão alavancados investimentos de mais de R$ 120 milhões em atividades de bioeconomia florestal na região Norte, o que contribuirá para o aumento da produtividade de milhares de famílias.
Para Maria Luiza Paiva, vice-presidente executiva de Sustentabilidade da Vale, as duas iniciativas atuam na ponta da cadeia social e visam construir comunidades mais resilientes. “O Juntos pela Saúde vai ajudar no fortalecimento da atenção básica de saúde nos municípios, uma área indispensável para a garantia de acesso a direitos fundamentais. Já o Garante Amazônia vai beneficiar o desenvolvimento de pequenos produtores da região, que muitas vezes não conseguem ter acesso fácil a créditos. A parceria com o BNDES é fundamental neste trabalho, mas é só o começo. A ideia é atrair mais empresas para que possamos escalonar essas iniciativas”, afirma Maria Luiza.
O BNDES e o meio ambiente — O BNDES apoia o Brasil no processo de transição justa para uma economia neutra em emissão de gases do efeito estufa por meio da mobilização de recursos financeiros e do estabelecimento de parcerias. Prevê-se que iniciativas como o Floresta Viva, os programas para a compra de crédito de carbono e o FG Energia, entre outras, evitarão a emissão de 77 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera — volume equivalente a 29 anos de emissões da frota de veículos da cidade de São Paulo.
Hoje 41% da carteira de crédito do Banco está ligada à economia verde. Desde 2015, foram aplicados US$ 24 bilhões no segmento e, considerando também os investimentos sociais, o volume chega a US$ 50 bilhões. A participação do BNDES na COP 27 reforça seu compromisso com a mobilização de recursos e desenvolvimento de soluções inovadoras para apoiar o desenvolvimento de uma economia neutra em carbono e a transição para uma matriz energética mais limpa.
Sobre a Vale — Sediada no Rio de Janeiro, a Vale é uma mineradora global que tem como propósito “melhorar a vida e transformar o futuro juntos”. A empresa acredita que a mineração é essencial para o desenvolvimento do mundo e só serve à sociedade ao gerar prosperidade para todos e cuidar do planeta. Em 2019, lançou a meta de zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050 e para isso vem investindo em soluções tecnológicas e produtos de alta qualidade. Atualmente, ajuda a proteger cerca de 1 milhão de hectares de florestas no mundo, dos quais 800 mil na Amazônia, além de já ter publicamente anunciado o compromisso voluntário de proteger e recuperar mais 500 mil hectares até 2030. Em 2020, a empresa anunciou a sua ambição social, que tem como uma das metas contribuir para retirar da extrema pobreza 500 mil pessoas até 2030.
A Vale é uma das maiores produtoras de minério de ferro e níquel do mundo. Além disso, produz pelotas de minério de ferro, minério de manganês, ferro-ligas, carvão, cobre, metais do grupo da platina (PGM), ouro, prata e cobalto. Opera um grande sistema de logística no Brasil e em outras regiões do mundo, incluindo ferrovias, terminais marítimos e portos, integrados às operações minerárias.