O Acordo de Paris foi assinado em 2015 e tem como objetivo principal não permitir que o planeta se aqueça além de 1,5ºC até o final do século 21.
Cada país signatário estabeleceu metas de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE), chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês).
O BNDES estruturou esta página e dois painéis para apresentar como está contribuindo para que o Brasil alcance a sua NDC.
O BNDES monitora a contribuição dos projetos que apoia em termos de emissões evitadas e emissões removidas de CO2, desembolsos e outros indicadores de resultado para os setores de Energia (renovável), Mobilidade Urbana (transporte sobre trilhos e BRTs), Biocombustíveis (eficiência na produção), Iluminação Pública (eficiência energética), Resíduos Sólidos (aproveitamento de biogás e produção de biometano), Transporte (deslocamento de carga de modais menos intensivos em carbono) e Florestas (nativas).
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Visão geral do cálculo de emissões evitadas
O cálculo das emissões evitadas foi realizado, à exceção dos setores de biocombustíveis e transporte, com a ferramenta do Fundo Clima. Contemplou os projetos apoiados pelo BNDES na modalidade direta para operações de crédito e projetos de desestatização estruturados pelo BNDES.
Cabe ressaltar que, para cada setor com emissões evitadas calculadas por meio da ferramenta do Fundo Clima, foi realizado o cálculo apenas para os tipos de projetos aplicáveis à ferramenta. O escopo dessa apuração é, portanto, menor do que o universo dos dois painéis a seguir, que tratam de desembolsos e de indicadores de entregas associadas à NDC.
Energia: as emissões evitadas para o setor de energia foram calculadas multiplicando a energia a ser produzida pelo projeto, durante sua vida útil, pelo fator de emissão do Sistema Interligado Nacional, fornecido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações do Brasil, e descontando-se perdas na transmissão.
Florestas: as emissões evitadas para os projetos de restauração florestal foram calculadas com base na captura de carbono da área restaurada no final do ciclo de crescimento, considerando as características do bioma para estabelecimento do tempo de crescimento.
Mobilidade urbana: as emissões evitadas para os projetos de mobilidade urbana foram calculadas comparando as emissões do modo de transporte em questão (sobre trilhos ou BRTs) com outro modo mais intensivo em emissões de GEE (carro, moto ou ônibus a combustível fóssil), ao longo da vida útil dos projetos.
luminação Pública: as emissões evitadas para o setor de iluminação pública foram calculadas multiplicando a energia a ser economizada em função da maior eficiência do parque, durante sua vida útil, pelo fator de emissão do Sistema Interligado Nacional, fornecido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações do Brasil, e descontando-se perdas na transmissão.
Biocombustíveis: as emissões evitadas para o setor de biocombustíveis foram calculadas multiplicando: i) a variação do fator de emissão do produtor associada ao apoio do Programa Renovabio; ii) sua capacidade de produção; iii) o prazo da operação de financiamento. Os fatores de emissão são relações de CO2e emitidos por litro de biocombustível produzido e devem ser comprovados pelos produtores para participação no programa.
Resíduos sólidos: as emissões evitadas pela captura e queima controlada de biogás de aterros sanitários foram calculadas multiplicando-se a estimativa da quantidade de metano queimada pelo potencial de aquecimento global do metano (25) e pela sua meia-vida atmosférica (0,0012). O cálculo de emissões evitadas de investimentos em geração de energia elétrica em aterros sanitários consiste em multiplicar a estimativa de energia a ser produzida pelo fator de emissão do Sistema Integrado Nacional margem de construção (em tCO2/MWh), fornecido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Por fim, as emissões evitadas de investimentos em produção e distribuição de biometano (a partir do biogás de aterro) envolvem o cálculo das emissões evitadas pelo biometano (multiplicando-se a quantidade de biometano pelo fator de emissão do gás natural seco disponibilizado pelo Programa Brasileiro do GHG Protocol), seguida de diminuição das emissões do processo de purificação do biogás (consumo de energia e diesel).
Transporte: as emissões evitadas pelo deslocamento de demanda por transporte de carga de modais mais intensivos em carbono para modais menos intensivos (ferrovias e hidrovias) usa fatores de emissão por tonelada-quilômetro útil (TKU). TKU é uma medida de quilômetros percorridos multiplicada pela carga transportada. O cálculo das emissões evitadas envolve diminuir das emissões do cenário sem o projeto as emissões do cenário com o projeto de transporte. Para cada cenário, as emissões são calculadas multiplicando-se a quantidade de TKU de cada modal de transporte pelo respectivo fator de emissão e somando-se os resultados dos modais. No Brasil, o modal hidroviário emite, em média, um pouco menos CO2 por TKU do que o modal ferroviário, e ambos emitem muito menos do que o modal rodoviário.
Conversões para outras métricas, a fim de contextualizar as emissões evitadas
Energia e Iluminação Pública: para converter as emissões evitadas dos projetos do BNDES em emissões geradas para produzir a energia consumida no estado do Rio de Janeiro, considerou-se o consumo de energia elétrica relativo a 2020 divulgado no Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2021, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética. Clique aqui para acessar.
Florestas e Resíduos Sólidos: para converter as emissões evitadas dos projetos do BNDES em campos de futebol, foi feito o seguinte cálculo: a estimativa de emissões evitadas dos projetos aprovados foi dividida pelas emissões evitadas por metro quadrado de floresta e, em seguida, dividida pelo tamanho padrão de um campo de futebol.
Mobilidade Urbana, Biocombustíveis, Transporte e Total: para converter as emissões evitadas dos projetos do BNDES em tempo de emissões da frota de automóveis da região metropolitana de São Paulo, foram consideradas emissões médias diárias de 14.912 tCO2e de GEE de 2021, com base em “Emissões Veiculares no Estado de São Paulo”, publicado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Clique aqui para acessar.