BNDES apoia revitalização turística na cidade histórica de Congonhas, em Minas Gerais
Projeto reforça a preservação das esculturas de Aleijadinho, reconhecidas como Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO
Igrejas e esculturas coloniais de Congonhas/MG atraem anualmente mais de 300 mil visitantes
Crédito: Eliane Gouvea
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou projeto para a revitalização do centro histórico de Congonhas/MG, o que ajudará a cidade a explorar seu potencial turístico e superar os impactos da pandemia da Covid-19. Congonhas, que fez parte do ciclo do ouro do Brasil, reúne um impressionante acervo cultural composto por igrejas de arquitetura barroca e esculturas do artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. O projeto foi proposto pela Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo de Congonhas – FUMCULT, no âmbito do BNDES Fundo Cultural/Lei de Incentivo à Cultura.
Com o apoio do Banco, será possível a confecção de réplicas de dez dos doze profetas esculpidos em pedra-sabão no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Serão produzidos moldes de segurança dos profetas Isaias, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oseias, Abdias, Amós, Habacuque e Naum. Até então só havia as réplicas de Joel e de Jonas, realizadas em 2011 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional - IPHAN e pela UNESCO.
O projeto contemplará também a expansão do Museu de Congonhas, espaço anexo ao santuário inaugurado em 2015 com o apoio do BNDES. O museu, que pretende disseminar a importância da história local através do uso de recursos tecnológicos, construirá a Galeria dos Profetas. Ali serão expostas as réplicas dos profetas, de forma também a reunir o conhecimento na preservação de esculturas em pedra-sabão. Está previsto ainda o funcionamento de um anfiteatro para receber ações culturais complementares. Os recursos do BNDES serão utilizados, por fim, na estruturação de ações para melhoria da sustentabilidade financeira do Museu de Congonhas.
O projeto apoiado pelo BNDES é a quarta e última fase de uma série de investimentos conjuntos para a implantação do Museu de Congonhas. As ações contaram com a participação de empresas privadas, da Prefeitura de Congonhas e do Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional - IPHAN. Na fase atual, o aporte do BNDES será de R$ 11,7 milhões, fazendo o investimento total do Banco alcançar R$ 18,9 milhões nas quatro fases do projeto. O montante representa 48% do investimento global, que é de R$ 39 milhões.
Todas estas iniciativas integram a Política Nacional do Ministério do Turismo para a Gestão dos Sítios Patrimônio Mundial, fortalecendo o roteiro Circuitos Históricos do Ouro. O município de Congonhas, que ao longo dos anos também realizou uma série de investimentos em infraestrutura urbana, integra o mapa brasileiro do turismo.
Aleijadinho - O artista mineiro, que viveu entre 1738 e 1814, é considerado pela crítica brasileira como o maior expoente da arte colonial do país. A maior parte das obras de Aleijadinho tem como tema central a religiosidade, inspiradas pelo estilo Barroco e Rococó. São talhas, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária que enfeitam e enchem de cultura cidades como Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rei, Mariana, Sabará e Congonhas do Campo.
Apoio ao Turismo – Dados da Organização Mundial do Turismo indicam que a atividade representa 10% do PIB mundial e o mesmo percentual na geração de novos postos de trabalho. No Brasil, segundo estudo da FGV de 2018, o PIB do turismo corresponde a R$ 257 bilhões, com geração de três milhões de empregos aproximadamente. As igrejas e esculturas barrocas de Congonhas/MG atraem anualmente mais de 300 mil visitantes, o que torna o turismo uma das principais atividades geradoras de receitas para a região. As ações de revitalização e preservação apoiadas pelo BNDES melhoram a qualidade dos acervos culturais. Concilia-se, dessa forma, a preservação histórica e o desenvolvimento econômico da cidade.
Proponente – A Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo de Congonhas - FUMCULT atua no planejamento e na implantação das ações de revitalização urbana e turística no município. Para isso, promove iniciativas voltadas ao restauro e à requalificação dos principais equipamentos culturais históricos públicos. Esta não é a primeira operação entre BNDES e FUMCULT em prol da conservação do patrimônio histórico de Congonhas: já houve outros dois projetos, nos anos de 2018 e 2012, com recursos totais de R$ 12 milhões.
BNDES Fundo Cultural – O BNDES concede apoio não reembolsável a projetos ligados à preservação do patrimônio histórico brasileiro que incentivem as atividades econômicas da cultura e do turismo. A descentralização e o aumento na oferta de bens culturais, a inserção social e a capacitação de mão de obra são outros objetivos do Fundo. Os projetos podem ser apresentados a qualquer tempo, e são apreciados quanto ao seu mérito e enquadramento regulamentar três vezes ao ano pelo Comitê de Patrimônio Cultural e Economia da Cultura.