Nota BNDES: Ex-presidente Eduardo Marco Modiano
Em nome de seus diretores e empregados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lamenta profundamente o falecimento de nosso ex-presidente Eduardo Marco Modiano, ocorrido nessa quarta-feira (6/12) no Rio de Janeiro, aos 65 anos de idade.
O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, rendeu homenagem ao economista: “Eduardo Modiano foi um presidente pioneiro. Assumiu a direção do Banco num momento de grande desafio: implantar a desestatização. A estrutura talentosa do BNDES deu apoio e, em 1991, o primeiro leilão aconteceu. Quanto aprendizado! Tempos difíceis, mas inspiradores. Modiano encarou o desafio. Hoje, nós honramos sua memória”.
Eduardo Modiano nasceu no Rio de Janeiro em 20 de julho de 1952. Formado em Engenharia de Sistemas (PUC-Rio) e Economia (Faculdade Candido Mendes), em 1974 foi para os Estados Unidos, onde cursou o mestrado em Administração, Finanças e Sistemas de informação no Massachussets Institute of Technology (MIT). No mesmo MIT, entre 1976 e 1978, completou o doutorado em Pesquisa Operacional e Economia, desenvolvendo tese onde criou um modelo para avaliar as alternativas energéticas renováveis. Durante 1978 e 1979 foi também professor visitante na Alfred P. Sloan School of Management.
Em 1979, retornou ao Brasil e passou a integrar o grupo de professores do Departamento de Economia da PUC-Rio, sucessivamente como professor assistente, professor associado e finalmente diretor do departamento, cargo que exerce até 1989.
No final dos anos 80, destacou-se por sua atuação em defesa da importância do ajuste fiscal na economia brasileira e seu impacto em termos de balanço de pagamentos e de retomada do crescimento econômico, paralelamente à ideia da ruptura com a inflação. Em março de 1990, foi convidado a integrar a equipe econômica do Governo como presidente do BNDES, onde permaneceu até outubro de 1992.
Modiano comandou o Plano Nacional de Desestatização, lançado em 1990, em um momento em que se vislumbravam grandes mudanças na economia brasileira, na política econômica e, consequentemente, na forma de atuação do BNDES. “Era muito natural que o BNDES tivesse um papel muito importante, como tem até hoje, no programa de privatização que se deslanchava nos anos 90, sempre agindo com muita transparência, muita lisura e com muito conhecimento técnico e conhecimento das próprias empresas e dos setores onde essas empresas estavam”, disse Modiano em depoimento ao Projeto Memória do BNDES.
Em outubro de 1992, logo após o impeachment do presidente Fernando Collor, pediu demissão da presidência do BNDES, sendo substituído por Antônio Barros de Castro. Em 1993, tornou-se vice-presidente de investimentos do Banco Itamarati S.A.. Foi também vice-presidente de investimentos do Banco Crefisul S.A., e presidente do Conselho de Administração do Grupo Modiano, no Rio de Janeiro, até 1994. Logo depois, tornou-se consultor do Banco Fonte-Cindam, no qual tinha participação, permanecendo na instituição até maio de 1999.
Nos últimos anos, dedicava-se a atividades privadas à frente do Grupo Modiano. É autor dos livros “Da inflação ao cruzado: a política econômica do primeiro ano da nova república” (1986) e “Inflação: inércia e conflito (1988)”.
À família e amigos, o BNDES presta seus mais sinceros sentimentos, pela perda precoce de Eduardo Modiano, um dos economistas mais notáveis de sua geração, com inegáveis serviços ao desenvolvimento econômico brasileiro.