Senai investe em qualificação, geração de emprego e ciência aplicada para crescimento e competitividade da indústria
Publicado em 01.11.2019
Desde 2012, o BNDES apoia o Programa Senai para a Competitividade Industrial destinado à modernização, expansão e implantação de institutos de tecnologia e inovação e de centros de formação profissional, além da aquisição de unidades móveis de ensino, em todo o país visando promover a educação profissional e tecnológica do trabalhador brasileiro. De lá pra cá, os centros de inovação e tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) assumiram destaque nacional e internacional, geraram empregos, estimularam inovação, qualificação profissional e pesquisa aplicada voltada às necessidades da indústria nacional.

O programa
O Programa Senai para a Competitividade Industrial visa a modernização, expansão e implantação de institutos de tecnologia e inovação e de centros de formação profissional do Senai. Aprovado em 2012, o plano de investimento conta com financiamento no valor de R$ 1,5 bilhão do Programa BNDES de Apoio à Qualificação Profissional do Trabalhador, cujo objetivo é contribuir para elevar a competitividade da indústria brasileira financiando investimentos destinados à capacitação profissional, treinamento e especialização de mão de obra.
Segundo o chefe do Departamento de Educação e Investimentos Sociais do BNDES, Conrado Leiras, “a equipe do Banco avalia que, além de contribuir para o aumento da competitividade e de conhecimento da indústria brasileira, o projeto do Senai tem enorme potencial, pois prevê um conjunto robusto de ações para aumento da oferta de qualificação profissional”.
Unidades móveis
Apoio do BNDES: compra de 85 unidades
As unidades móveis são escolas montadas em semirreboques (carretas), que permitem levar qualificação profissional a diversos municípios do estado, mesmo onde não existam unidades fixas do Senai. Estas unidades contam com laboratórios, salas de aula e oficinas, equipadas com máquinas e equipamentos atualizados, além de diversos recursos educacionais.
Os cursos oferecidos são, prioritariamente, de curta duração (40 a 160 horas), para áreas como panificação, confecção, soldagem, usinagem CNC, automação, mineração, construção civil e nanotecnologia. Os programas são desenhados para atender às demandas de cada empresa ou comunidade.
Institutos Senai de Inovação (ISI)
Apoio do BNDES: implantação, modernização e/ou expansão de 19 unidades
Os Institutos Senai de Inovação têm como objetivo principal aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, com a criação de soluções ágeis, inovadoras e sob medida para indústrias de grande, médio e pequeno porte.
O foco de atuação é a pesquisa aplicada, desde a fase pré-competitiva (apoio laboratorial para prototipagem e plantas-piloto), de definição de conceitos e experimentações, até a etapa final, quando o novo produto está prestes a ser fabricado pela indústria (serviços tecnológicos de alta complexidade e alto valor agregado; transferência tecnológica, aumento de performance, redução de riscos tecnológicos; ecossistema de inovação para desenvolvimento de novos produtos, processos e tecnologias; conexão com os principais atores do Sistema Nacional de Inovação).
As unidades são instaladas próximas a complexos industriais e universitários, presentes nas cinco regiões no país e os institutos formam uma rede multidisciplinar, com atendimento em todo o território nacional.
Institutos Senai de Tecnologia (IST)
Apoio do BNDES: implantação, modernização e/ou expansão de 36 unidades
Prestam serviços de consultoria, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura laboratorial, capacitação técnica e equipamentos. A educação profissional é direcionada para tecnologia e para o aumento da produtividade tanto nos cursos de formação, como os de atualização e nas consultorias.
Centros de Formação Profissional Senai (CFP)
Apoio do BNDES: implantação, modernização e/ou expansão de 152 unidades
Os CFPs são unidades do Senai orientadas à qualificação profissional para a indústria, provendo principalmente educação técnica de nível médio e em cursos de qualificação e aperfeiçoamento profissional.
Um dos destaques do programa é o Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (Senai Cimatec), localizado em Salvador, na Bahia. O Senai Cimatec é uma unidade que engloba um centro universitário, além de institutos de tecnologia e institutos de inovação, que ofertam serviços tecnológicos avançados e inovação em diversas áreas. Estrategicamente, o Cimatec definiu automação como foco de sua atuação devido à grande demanda industrial da região.
Em 2012, o Senai Cimatec foi a primeira unidade que recebeu investimentos para expansão e modernização de laboratórios e para ampliação dos cursos de graduação e mestrado. Entre 2012 e 2018, a oferta de vagas para formação profissional dobrou.
Segundo Tarso Nogueira, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários do Centro Universitário Senai Cimatec, uma das maiores diferenças da iniciativa é poder qualificar mão de obra com foco no desenvolvimento ou adaptação de soluções à realidade brasileira, empregando recursos necessários para pesquisa e educação.
“Temos laboratórios vivos, como é o caso do nosso estoque. Aqui, os alunos têm aulas e conseguem ver na prática o que funciona. Também conseguimos gerenciar melhor os riscos de acidentes”, ressalta o professor e pesquisador-chefe do Instituto Senai de Inovação em Logística, Herman Lepikson.
Fábricas de grandes ideias
Desde que começaram a ser implantados, em 2012, os centros já entregaram 650 produtos e processos inovadores e executam 350 propostas, com um volume movimentado de R$ 750 milhões. “A inovação é feita nas empresas, mas ninguém inova sozinho, precisa de parcerias”, explicou Rafael Lucchesi, diretor geral do Senai. “Cada instituto é um ambiente de contínua interação entre a indústria, empreendedores, universidades, institutos de pesquisa e fontes de capital, resultando na aceleração do fluxo de conhecimento científico e tecnológico e em benefícios efetivos para o segmento industrial”, completou.
Presentes nas cinco regiões do país, os institutos foram implantados próximos a complexos industriais e universitários a fim de facilitar o fluxo de conhecimento científico e tecnológico entre o ambiente acadêmico e o setor produtivo. A ideia é que os centros sejam uma ponte entre o meio acadêmico e as necessidades do empresariado nacional.

Rafael Lucchesi, diretor geral do Senai
Atualmente, os principais demandantes são o setor agrícola e a indústria automotiva e os produtos desenvolvidos abrangem tintas cicatrizantes para veículos e esmaltes de unha; um robô que vive no fundo do mar e de forma autônoma inspeciona dutos de exploração de petróleo e implantes de titânio personalizados para reconstrução facial feitos com impressoras 3D.
- O primeiro satélite 100% nacional foi desenvolvido em Santa Catarina pelo Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados
- Projeto de monitoramento digital, automático e preventivo de barragens hidrelétricas, pelo Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados
- Pesquisa em biossintética voltada para petroquímica e Farmacêutica, desenvolvido pelo Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, no Rio de Janeiro
- Tinta regenerativa (autocicatrizante), desenvolvido no Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, no Paraná
- Projeto consórcio de desenvolvimento de baterias automotivas e aeronáuticas de nova geração, desenvolvido no Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica
- Veiculo autônomo submarino para monitoramento e reparos em infraestrutura de óleo & gás em alto mar em águas profundas – Instituto Senai de Inovação em Automação da Produção
Brasil na rota mundial de inovação
Outro projeto apoiado pelo BNDES é o Senai Cimatec Park, um grande complexo tecnológico e industrial em uma área de 4 milhões de metros quadrados no centro industrial de Camaçari (BA), com laboratórios avançados, grandes usinas piloto, áreas de segurança para testes e operações de risco e até uma pista de teste do setor automotivo.
O novo centro, desenvolvido para amplificar e ampliar os limites da já robusta infraestrutura do Senai Cimatec, terá uma infraestrutura diferenciada no país para atender as necessidades de energia eólica, mecânica, naval e offshore, automotiva, elétrica, construção civil, química, petroquímica e biotecnologia, farmacêutica, celulose e papel e petróleo e gás. Em 2019, foi concluída a construção da infraestrutura dos laboratórios do Senai Cimatec Park voltados à pesquisa aplicada e testes em escala industrial.

“Vivemos a era da Indústria 4.0. Já estamos desenvolvendo engenharia de complexidade, com metodologia própria para identificação de cenários e resolução de questões da indústria nacional”, afirmou Rafael Lucchesi, diretor geral do Senai. “Esta é uma grande oportunidade para a indústria brasileira ser mais produtiva. As tecnologias digitais vão ajudar as empresas a aprender continuamente e ser ainda mais ágeis”, complementou.
Segundo Lucchesi, os resultados aparecem em diversos setores. “No longo prazo, ajudamos o fortalecimento de cultura da inovação, assim como a formar quatro mil profissionais com esse perfil no Brasil inserindo, assim, o país no grupo seleto de inovadores tanto como desenvolvedor quanto como formador de profissionais com capacidade inovativa. Nesse sentido, firmamos parcerias com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Sociedade Fraunhofer, da Alemanha”, destacou.