Resultados financeiros em destaque 2017 - 3º Trimestre
BNDES registra lucro líquido de R$ 3,202 bilhões no período de nove meses encerrado em 30/09/2017
Resultado - o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou um lucro líquido de R$ 1,857 bilhão no terceiro trimestre de 2017, apurando um lucro líquido de R$ 3,202 bilhões no período de nove meses encerrado em 30/09/17. Tais resultados refletiram quedas respectivas de 71% e 24,5% diante dos lucros líquidos registrado nos mesmos períodos de 2016.
A queda apresentada no terceiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2016 no valor de R$ 6,414 bilhões, decorreu, principalmente, do decréscimo no produto da intermediação financeira em R$ 2,862 bilhões e nos créditos tributários registrados em R$ 4,4 bilhões.
Já sobre o resultado de nove meses, os principais impactos no lucro líquido, além dos mencionados anteriormente, foram o aumento do resultado de participações societárias em R$ 7,0 bilhões e a redução de R$ 1,4 bilhão na provisão para risco de crédito.
O produto de intermediação financeira apresentou redução de R$ 6,759 bilhões (35,3%) entre os períodos de nove meses, devido, principalmente, à redução da rentabilidade média da carteira de tesouraria e ao efeito da queda da carteira média das operações de crédito e repasses, provocada pelas liquidações da carteira, superiores em R$ 72,4 bilhões aos desembolsos realizados no período.
O resultado com participações societárias saltou de um prejuízo de R$ 4,103 bilhões em 2016 para um lucro de R$ 2,889 bilhões em 2017 em razão de: (i) redução de R$ 4,635 bilhões (88,0%) da despesa com perdas em investimentos; (ii) crescimento do resultado com alienação de ativos de renda variável, que passou de R$ 623 milhões em 2016 para R$ 1,663 bilhão em 2017; e (iii) recuperação do resultado com derivativos de renda variável, que passou de um prejuízo de R$ 513 milhões em 2016 para um lucro de R$ 137 milhões devido à melhora, especialmente, do resultado com derivativos embutidos em debêntures.
A despesa com provisão para risco de crédito alcançou R$ 5,637 bilhões em 2017, uma redução de 19,6% em relação a 2016, devido à redução na despesa com provisão para risco de crédito complementar, que passou de R$ 1,634 bilhão em 2016 para R$ 688 milhões em 2017. O reconhecimento de despesa com provisão complementar é realizado sempre que julgado necessário o reforço da provisão constituída sob as regras da Resolução CMN 2.682/99.
O crescimento da despesa com tributos sobre o lucro em 2017 decorreu, essencialmente, da queda da constituição de tributos diferidos, que acompanhou a redução das provisões para risco de crédito e para perdas em investimentos, bases para reconhecimento desses tributos, entre 2016 e 2017.
Ativos – o ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 868,576 bilhões em 30/09/17, uma queda de R$ 7,561 bilhões (0,9%) em relação a 31/12/16, influenciada principalmente pela liquidação antecipada de R$ 33,0 bilhões de empréstimos com o Tesouro Nacional (TN).
A despeito da liquidação antecipada com o TN, as disponibilidades apresentaram aumento de R$ 46,925 bilhões entre os períodos em função das liquidações da carteira terem superado os desembolsos em R$ 72,4 bilhões e do recebimento de R$ 9,2 bilhões de créditos de equalizações devidos pelo TN.
A redução de R$ 48,105 bilhões (7,9%) da carteira de crédito e repasses, líquida da provisão para risco de crédito, decorreu das citadas liquidações superiores em R$ 72,4 bilhões aos desembolsos no período.
A inadimplência (+ 30 dias) da carteira de crédito e repasses recuou novamente em 2017, passando de 2,45% em 30/06/17 para 1,83% em 30/09/17, pela baixa da carteira ativa de créditos classificados no nível de risco H há mais de seis meses. O índice de renegociação, que compreende todas as operações de crédito renegociadas nos últimos 12 meses, também recuou, de 6,34% em 31/12/16 para 4,40% em 30/09/17.
A carteira de crédito e repasses manteve a boa qualidade em 30/09/17, concentrando 95,8% das operações entre os níveis de risco AA e C, considerados de baixo risco, percentual superior ao do Sistema Financeiro Nacional, de 89,6% em 30/6/17 (última data disponível).
Fontes de Recursos – os empréstimos e repasses apresentaram redução de R$ 14,509 bilhões (1,9%) no período, provocada, basicamente, pela liquidação antecipada de R$ 33 bilhões em empréstimos com o TN, parcialmente atenuada pelas captações de R$ 3,185 bilhões (US$ 1 bilhão) mediante a emissão de green bonds no mercado internacional, e de R$ 11,6 bilhões do FAT.
Patrimônio Líquido - aumento de R$ 4,4 bilhões no período decorrente do lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no período; do crescimento de R$ 3,3 bilhões do saldo de ajuste de avaliação patrimonial, reflexo da valorização do valor justo da carteira de títulos disponíveis para venda; e do pagamento ao TN de dividendos complementares relativos ao exercício de 2016, no valor de R$ 2,2 bilhões.
Houve, ainda, incorporação da reserva para futuro aumento de capital ao capital social, no valor de R$ 4,5 bilhões.
Limites Prudenciais – em 30/09/17, os limites prudenciais do BNDES se mantiveram acima dos requerimentos mínimos exigidos pelo BACEN, apresentando, ainda, melhora diante de 31/12/16.
O índice de Basileia passou de 21,7% em 31/12/16 para 25,9% em 30/09/17, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, devido à redução dos ativos ponderados pelo risco e ao crescimento do patrimônio pelo ajuste de avaliação patrimonial e lucro líquido no período.
Pelos mesmos motivos, os índices de Capital Nível I e Capital Principal também apresentaram aumento no período, de 14,5% para 17,3%, acima dos 7,25% e 5,75% exigidos pelo BACEN, respectivamente.