Resultados financeiros em destaque 2018 - 4º Trimestre
BNDES registra lucro líquido de R$ 6,7 bilhões em 2018
O BNDES registrou lucro líquido de R$ 6,7 bilhões no exercício de 2018, um crescimento de 8,5% diante dos R$ 6,2 bilhões do exercício de 2017. A evolução do desempenho é explicada pelo melhor resultado com participações societárias (+ R$ 4,7 bilhões, equivalente a um aumento de 92,1% em relação ao período anterior) e pela redução de R$ 804 milhões da despesa com provisão para risco de crédito (12% menor do que a constituída no período anterior).
Participações Societárias – O desempenho positivo com participações societárias do Sistema BNDES (incluindo BNDESPAR) em 2018 de R$ 9,9 bilhões refletiu o crescimento de R$ 2,5 bilhões (67,9%) do resultado com alienações de investimentos, com destaque para a alienação de ações de Petrobras, Eletropaulo e Vale. Em 31 de dezembro de 2018, a participação do Sistema BNDES em Petrobras era de 15,0%, ante 16,54% em 31 de dezembro de 2017.
Também contribuiu com o resultado a reversão de provisão para perdas por impairment de R$ 460 milhões em 2018, ante uma despesa de R$ 628 milhões em 2017; e o aumento do resultado com dividendos e juros sobre capital próprio de R$ 1,6 bilhão (uma variação de 169,7%) no exercício em comparação ao ano anterior.
A carteira de participações societárias (participações em coligadas e não coligadas e em fundos de investimento de renda variável), líquida de provisão para perdas, atingiu R$ 96,4 bilhões em dezembro de 2018, um crescimento de R$ 14,7 bilhões (18,0%) no exercício, decorrente da valorização da carteira de participações em sociedades não coligadas, especialmente dos investimentos em Petrobras e Vale.
Provisão - A redução de necessidade de constituição de provisão para risco de crédito culminou na menor constituição dessa despesa, que passou de R$ 6,7 bilhões em 2017 para R$ 5,9 bilhões em 2018.
Intermediação - O resultado bruto de intermediação financeira apresentou redução de R$ 2,6 bilhões (queda de 17,6%) em 2018, devido ao declínio do volume da carteira de crédito e da queda da rentabilidade da carteira de títulos e valores mobiliários acompanhando a redução das taxas médias de mercado.
Ativos – O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 802,5 bilhões em 2018, apresentando redução de R$ 65 bilhões (7,5%) no exercício, provocada principalmente pelo pagamento antecipado de R$ 130,2 bilhões em dívidas com o Tesouro Nacional.
A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, que representava 61,9% dos ativos totais em 2018, registrou declínio de R$ 50,9 bilhões (9,3%) no exercício, em razão, basicamente, do volume de liquidações, que superou o de desembolsos em R$ 91,5 bilhões, atenuado por efeito cambial e de apropriação de juros e atualização monetária no período.
A boa qualidade da carteira se manteve, com concentração de 94,7 % das operações entre os níveis de risco AA e C, considerados de baixo risco, percentual superior à média de 90,6% do Sistema Financeiro Nacional (SFN), divulgada em setembro pelo BACEN.
Inadimplência - A inadimplência acima de 90 dias apresentou aumento no ano, passando de 2,08% em 2017 para 2,95% em 2018. Desconsideradas as operações cujas prestações são integralmente honradas pela União, esse índice de inadimplência do BNDES seria de 1,67%, inferior à média do SFN (2,87% em dezembro).
O índice de renegociação, que compreende as operações de crédito renegociadas nos últimos 12 meses, aumentou de 3,6% em 2017 para 4,4% em 2018, influenciado por renegociações de dívidas de Estados e Municípios, no âmbito da Lei Complementar 156/2016, realizadas no 1º trimestre deste ano.
Funding – Em 31 de dezembro de 2018, Tesouro Nacional e FAT/PIS-PASEP representavam 38,3% e 36,4%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. Por conta do pagamento antecipado de R$ 130 bilhões feito ao Tesouro no ano, a dívida com o TN recuou 26,2% e encerrou o período em R$ 307 bilhões.
O saldo do FAT totalizou R$ 271,7 bilhões em dezembro, um acréscimo de 8,55% no exercício. No ano, ingressaram R$ 18,1 bilhões de recursos do FAT Constitucional.
Já o passivo com o Fundo PIS-PASEP totalizou R$ 20,5 bilhões ao final do exercício, com redução de 26,0% na comparação com dezembro de 2017, devido às liquidações antecipadas de R$ 8,8 bilhões no período.
Patrimônio Líquido – O Patrimônio Líquido do Sistema BNDES totalizou R$ 79,6 bilhões ao final de 2018. O crescimento de R$ 16,7 bilhões (26,6%) em relação ao fim de 2017 reflete os efeitos da valorização da carteira de ações já mencionada, com impacto positivo de R$ 11,6 bilhões no Patrimônio Líquido, e o lucro líquido de R$ 6,7 bilhões. Estes efeitos foram parcialmente atenuados pelo provisionamento dos dividendos mínimos obrigatórios relativos ao lucro líquido de 2018 (R$ 1,6 bilhão).
Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo BACEN, o Patrimônio de Referência alcançou R$ 166,8 bilhões ao fim de 2018 (R$ 146,4 bilhões em dezembro de 2017). Os limites prudenciais do BNDES se mantiveram acima dos limites mínimos exigidos pelo BACEN, apresentando, ainda, melhora no índice de Basileia diante de dezembro de 2017.
O índice de Basileia passou de 27,51% ao final de 2017 para 29,01% em dezembro de 2018, acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, principalmente pelo aumento do patrimônio de referência.