Modelo de governança Fiscalização e Controle Práticas de Gestão Sustentabilidade Financeira
MODELO DE GOVERNANÇA

A natureza de nossa atuação exige um criterioso processo de gestão, que envolve diversos comitês – que garantem decisões colegiadas e transparentes – , e o comprometimento e a responsabilidade dos gestores e empregados com a lisura, a integridade e a transparência na condução de suas atividades.

Nossa estrutura de governança tem como fundamento o tratamento dos assuntos de forma colegiada, privilegiando a tomada de decisão de modo transparente e coletivo. É composta por: Conselho Fiscal, Conselho de Administração, Comitê de Auditoria, Diretoria Executiva e comitês específicos.

A Diretoria Executiva é o único colegiado com poder deliberativo e conta com uma ampla estrutura de comitês específicos que atuam como instrumento de alinhamento estratégico, congregando várias de nossas instâncias hierárquicas.

A figura a seguir ilustra a organização e a composição dos principais elementos da estrutura que vigorou em 2015.

FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

Transparência e gestão da ética

Como medida de compliance, a transparência envolve a divulgação de informações de interesse público, prezando por seu adequado tratamento. Além de atendermos de forma continuada a solicitações realizadas por diversos órgãos de controle e fiscalização, conscientes de nossa responsabilidade como empresa pública, também buscamos um relacionamento próximo e transparente com nossos clientes e com a sociedade, dando a esses públicos ciência de nossas ações e resultados. COMPLIANCEAderência a normas, políticas, diretrizes e regulamentações.

Nosso comprometimento com a transparência e a integridade também está presente na maneira como realizamos a gestão da ética na instituição, conduzida pela Comissão de Ética e sua secretaria-executiva. Dentre as atividades da comissão em 2015, destacamos a realização de um ciclo de palestras para todas as áreas, a criação de um grupo de trabalho interdisciplinar para revisão e atualização de nosso Código de Ética e a participação na elaboração da Política de Equidade de Gênero e Valorização da Diversidade.

A comissão também procedeu à abertura de 72 procedimentos preliminares, sendo 47 consultas ou pedidos de autorização para exercício de atividade paralela, 13 denúncias ou representações e 12 atendimentos. Todas as consultas foram respondidas e as denúncias apreciadas. Dentre os temas tratados, destacam-se conflitos interpessoais e situações de conflito de interesses (como o exercício de atividades paralelas e a participação em sociedade comercial).

Ações de compliance

Visando à sistematização e ao aprimoramento das medidas relacionadas à integridade e à conformidade às leis e aos regulamentos internos e externos aos quais estamos sujeitos, promovemos a estruturação de um programa de compliance, que, em 2015, teve seus esforços voltados para o levantamento das ações já em curso, executadas por diferentes unidades.

Ainda no âmbito das ações de compliance, foi elaborada norma relativa aos procedimentos e controles para prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo, no intuito de prevenir operações comerciais ou financeiras que busquem a incorporação de recursos, bens e serviços que se originem ou estejam ligados a atos ilícitos.

Nossas diretrizes quanto ao tema incluem, por exemplo, a adoção de procedimentos que inibam a prática do crime em nossas operações no Brasil e no exterior (sempre em consonância com a legislação nacional e com a vigente no país para o qual a empresa brasileira financiada busca apoio para exportar) e a recusa à movimentação de recursos por meio de contas-correntes anônimas ou vinculadas a titulares fictícios.

Gestão de risco e controles internos

A existência de um adequado gerenciamento de riscos e um eficaz sistema de controle interno é essencial para o cumprimento de nossa missão, em conformidade com os normativos internos e externos e com nossos objetivos estratégicos. Na tabela ao lado, conheça os principais riscos aos quais estamos expostos e as ações que entendemos necessárias para mitigá-los.

PRÁTICAS DE GESTÃO

Em 2015, demos continuidade ao Projeto AGIR, criado com o objetivo de adotar um modelo de negócios orientado por processos, capaz de aumentar a eficácia administrativa e operacional, reduzindo prazos e custos e melhorando a qualidade da informação, do processo de decisão, dos controles internos e do atendimento aos clientes. Em 2015, os esforços foram concentrados na implantação de soluções ligadas aos processos finalísticos de nossa plataforma de negócios.

Dentre as soluções disponibilizadas, destacam-se as relativas aos processos de crédito, como a Plataforma de Risco de Crédito Financial Analysis and Credit Tools (FACT), que possibilita a elaboração de classificações de risco em um ambiente automatizado e integrado aos nossos demais sistemas. Tal iniciativa, aliada ao novo sistema de risco de crédito, que regula a concessão e o controle de limites de crédito de nossos clientes, representa um importante marco para o aprimoramento da gestão e dos processos, permitindo maior integração, segurança de acesso à informação, agilidade no fluxo de concessão de crédito e melhoria de controles.

Foi também entregue, ainda no âmbito do crédito, uma nova ferramenta de demonstrações financeiras, que permite importar informações por meio de fontes externas como a Serasa, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif) e transpô-las para um formato padronizado internamente.

Também em 2015 foi apresentado o sistema de protocolo on-line das fichas cadastrais, que permitirá que os pedidos de financiamento para a maior parte dos projetos de investimentos com valor a partir de R$ 20 milhões (salvo algumas exceções) seja realizada eletronicamente e fará a integração dos dados enviados com o sistema que controla as entidades cadastradas no BNDES, também aprimorado em 2015.

Foi desenvolvida ainda a fase inicial do Portal de Negócios, atendendo às operações de comércio exterior. As consultas sobre apoio a exportações na linha indireta de pré-embarque passaram a ser enviadas pelos agentes financeiros por meio de um formulário on-line, que gera um documento eletrônico protocolado diretamente no BNDES.

As projeções e cenários para a economia brasileira e internacional também têm sido alvo contínuo de discussão e construção internas. As projeções macroeconômicas são utilizadas pelas áreas operacionais para avaliação de projetos, simulações financeiras e gestão de riscos. Já os cenários de médio (três anos) e de longo prazo (15 anos) auxiliam primordialmente as atividades do planejamento estratégico , contribuindo para a constituição de metas e objetivos do mapa estratégico corporativo, baseado no balanced scorecard (BSC).

Também faz parte de nossos objetivos incentivar a adoção de boas práticas de governança e gestão, tanto pelas empresas apoiadas quanto por instituições parceiras. Em 2015, por exemplo, participamos de ampla discussão, capitaneada pela BM&FBovespa, com especialistas em governança, órgãos governamentais, gestores de sociedades de economia mista, membros da academia, advogados e profissionais de mercado para elaboração de propostas iniciais para o aprimoramento das práticas de governança corporativa das estatais.

Gestão da nossa infraestrutura:
capital manufaturado

Estamos presentes nas seguintes cidades: Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), São Paulo (SP), Recife (PE), Belém (PA), Montevidéu (Uruguai), Joanesburgo (África do Sul) e Londres (Inglaterra). Cerca de 95% de nossos empregados estão lotados no Rio de Janeiro, em edifício próprio – o Edifício de Serviços do Rio de Janeiro (Edserj) – e em salas alugadas no Ventura Towers, prédio vizinho ao Edserj.

Em 2015, foi iniciado processo para construção de edifício anexo, para onde algumas de nossas atividades serão transferidas, eliminando os custos de aluguel na cidade. Cabe destacar também que esses custos já estão sendo reduzidos, em função da desocupação de um andar no edifício Ventura e da renegociação dos valores de locação no momento da renovação do contrato, o que deverá ocasionar uma economia de cerca de
R$ 15 milhões por ano.

Reformas e contratações

Em 2015, foram realizadas reformas nos escritórios de São Paulo e Joanesburgo. Em Belém, foi alugado espaço provisório para instalação do novo escritório, no modelo “escritório virtual”, e, paralelamente, foi iniciada prospecção para aluguel de imóvel para o escritório definitivo, no padrão de nossos demais escritórios regionais.

Visando à modernização de nossa infraestrutura de trabalho, podemos destacar a realização das seguintes iniciativas: contratação e implantação de serviço de impressão corporativa, mais transparente quanto aos custos de cada impressão; aquisição de uma nova solução de armazenamento de dados, considerando requisitos de capacidade, desempenho, disponibilidade e integração com nosso atual ambiente computacional; implantação de infraestrutura de rede sem fio
(wi-fi) nas instalações do Edserj e do Ventura; aquisição de licenças de software para a manutenção do repositório de gerenciamento de conteúdo (content management); e migração dos discos de dados de rede de nossas áreas de servidores de arquivo para um novo subsistema de armazenamento.

Prédio anexo

Em 2015, efetuamos a aquisição do terreno onde será construído o prédio anexo, de propriedade da Fraternidade Franciscana Secular, e foram iniciados os serviços de investigação geotécnica dos terrenos, bem como o projeto da estrutura de contenção. Além disso, foram contratados a empresa para realização de diagnóstico arqueológico do local e o arquiteto vencedor do concurso do anteprojeto de arquitetura, para realização de adequações necessárias.

Foram elaborados ainda alguns editais necessários à construção do prédio, tais como para a contratação da gerenciadora de obras e projetos; do licenciamento ambiental; do projeto de prevenção e combate a incêndio; do projeto das instalações de ar- condicionado; e do desenvolvimento do modelo BIM (Building Information Model (BIM).

O projeto de arquitetura do prédio anexo recebeu duas premiações em 2015: o XII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, na categoria “obras públicas”;, e o II Prêmio da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura/Rio de Janeiro (AsBEA/RJ).

SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA

Diversificação e integração de produtos

Somos o principal provedor de financiamento de longo prazo no Brasil. Por isso, temos como prioridade estratégica contribuir para a criação de diferentes mecanismos de apoio para investimentos com período de maturação prolongado, envolvendo outros agentes e fontes de recursos. O uso combinado de instrumentos de renda fixa (como financiamento e debêntures) e renda variável (como ações e cotas de fundos de investimento) amplia as possibilidades de financiamento e abre espaço para o desenvolvimento de uma indústria financeira de longo prazo no país. RENDA FIXAOperações financeiras em que a remuneração é paga de acordo com condições preestabelecidas, como títulos públicos, poupança, financiamentos e debêntures simples.RENDA VARIÁVELOperações financeiras que utilizam valores mobiliários, nas quais a remuneração não é conhecida no momento da aplicação.FUNDOS DE INVESTIMENTOEstruturas societárias constituídas sob a forma de condomínios fechados, que têm por objetivo promover a aplicação coletiva dos recursos de seus participantes a partir da emissão de cotas representativas de seu patrimônio. Tais estruturas reúnem as aplicações de vários indivíduos e as utilizam para o investimento em valores mobiliários, normalmente participações acionárias em empresas.DEBÊNTURESTítulos de dívida de médio e longo prazo emitidos por empresas, em que o detentor, o debenturista, passa a ser credor da empresa.

Além de potencializar nosso apoio, as iniciativas em renda variável utilizadas de forma a complementar os financiamentos concedidos contribuem para ampliar nossa sustentabilidade financeira.

Em 2015, uma iniciativa relevante para o incentivo a debêntures no mercado local foi a criação da Linha de Suporte a Liquidez (LSL) para juros de debêntures. A LSL consiste em uma linha de crédito contingente a ser oferecida ao emissor de uma debênture mediante o pagamento de um encargo de contratação. Por meio da linha, será possível cobrir fluxos de juros a serem pagos aos debenturistas até perfazer o montante máximo contratado. O valor máximo oferecido pela LSL será o equivalente a dois anos de juros, e o prazo para utilização poderá ser definido pelo emissor, potencialmente abrangendo toda a duração da debênture. O objetivo da linha é prover liquidez a projetos de infraestrutura já apoiados por nós e constituir uma forma de apoio ao emissor de debêntures, reduzindo a percepção dos investidores acerca do risco de crédito desse instrumento e estimulando maior investimento de recursos privados nesses papéis.

Estrutura patrimonial

Nossa sustentabilidade financeira no longo prazo requer esforços para a construção de uma estrutura
patrimonial
  adequada a nosso orçamento de apoio financeiro.

O agravamento da crise brasileira e o cenário internacional ainda volátil nos proporcionaram, em 2015, a oportunidade de recomprar nossos títulos no mercado internacional e de gerenciar nossos passivos de forma inédita, comprovando nossa proatividade também em cenário adverso.

A primeira operação de recompra foi concluída com sucesso em novembro de 2015, no montante de US$ 634 milhões de valor de face, gerando um lucro contábil de US$ 28,4 milhões. Dentre as consequências principais dessa operação, destaca-se a maior atratividade para as futuras emissões, liquidez para os títulos externos e o deslocamento positivo dos rendimentos desses títulos em nossa curva de juros.

Visando à diversificação das fontes de recursos, em 2015, celebramos contratos de empréstimos internacionais com o Japan Bank for International Cooperation (JBIC), o Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), o Instituto de Crédito Oficial (ICO) e o Nordic Investment Bank (NIB), somando cerca de R$ 3 bilhões (US$ 772 milhões). Esses empréstimos destinam-se, principalmente, aos projetos de investimentos em desenvolvimento sustentável, como energias renováveis e mobilidade urbana. As instituições, além de fornecerem recursos financeiros, proporcionam também oportunidades de cooperação técnica, fundamentais para o aprimoramento dos padrões de análise socioambiental dos projetos.

Como forma de diversificar nossas fontes de captação, consolidamos em 2015 a estratégia de emissões primárias de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) em regime de oferta privada em plataforma eletrônica, perante instituições habilitadas, com emissões em base mensal.

O saldo totalizou R$ 6 bilhões no ano. As LCAs são títulos de crédito, de emissão de instituições financeiras públicas ou privadas, que conferem direito de penhor sobre os direitos creditórios do agronegócio a elas vinculados.

Gestão de riscos e retorno

Nossa gestão de riscos e controles internos tem como um de seus principais objetivos contribuir para nossa sustentabilidade financeira, por meio da mensuração e do monitoramento dos riscos de crédito, de mercado, de liquidez e operacional aos quais estamos expostos e da avaliação dos controles internos.

Com o objetivo de gerenciar em uma mesma plataforma as atividades de gestão da carteira de renda variável e a análise de risco e retorno correspondente, concluímos em 2015 a contratação de um sistema que irá integrar essas atividades, desde a etapa de negociação de ações e debêntures até a contabilização e análise de risco. No futuro, a implantação desse sistema garantirá o acompanhamento mais ativo e integrado da evolução da carteira de renda variável, por meio de técnicas avançadas de gestão de risco.

Buscando dar mais um passo na integração entre as atividades de gestão de risco e nossas demais atividades, em 2015 foi implantada também uma nova metodologia de levantamento e mensuração de eventos junto em todas as áreas, o que possibilitou uma visão abrangente da ocorrência desse tipo de risco na instituição. Outro avanço nessa direção foi a estruturação de um grupo de trabalho que tem como objetivo final a implantação de um framework de apetite a risco.

Em relação à melhoria do reporte, novos indicadores de risco de crédito foram criados, com o objetivo de deixar mais claros para a alta administração os níveis de risco nos quais temos incorrido.

Dentre os indicadores utilizados em nossa gestão de riscos, destaca-se o acompanhamento dos índices de capital exigidos pelo Banco Central do Brasil. Conforme os normativos emitidos pelo regulador, devemos manter capital, denominado de patrimônio de referência, suficiente para cobrir o total de nossos ativos ponderados pelos riscos de crédito, de mercado e operacional.

A tabela nesta página apresenta o total dessas variáveis para dezembro de 2013, dezembro de 2014 e dezembro de 2015. Nota-se que a parcela de ativos ponderados pelo risco de crédito é a mais expressiva em nossa instituição e que nossos índices de capital encontram-se confortavelmente acima dos valores mínimos exigidos pelo regulador.

MODELO DE GOVERNANÇA
FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

PRÁTICAS DE GESTÃO
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