Empresas investidas pelo Criatec empregam tecnologia a serviço do combate à covid 19
Publicado em 26.06.2020
Companhias inovadoras de pequeno porte apoiadas pelos fundos de investimento Criatec do BNDES adaptaram suas linhas de produção para apostar na fabricação de itens de proteção contra o novo coronavírus, utilizando tecnologias como impressão tridimensional e nanomateriais.
Cliever
A Cliever produz impressoras 3D em Belo Horizonte (MG), aproveitou seus estoques de insumos para imprimir componentes de equipamentos de proteção individual (EPIs) destinados aos profissionais de saúde. Em 2015, a empresa recebeu R$ 3 milhões do fundo Criatec 2.
De acordo com o chief executive officer (CEO) da Cliever, Rodrigo Krug, como toda boa ideia, a conversão da linha de produção surgiu da necessidade. “Chegamos a cogitar ficar uma semana com parte da operação parada”, conta. “Porém, inquieto, comecei a observar as oportunidades que pudessem agregar ao que a empresa já fazia. Logo, as coisas fizeram sentido: tínhamos um número grande de máquinas em nossa fábrica e decidimos colocá-las a trabalhar em prol do combate à covid-19”.
O esforço de adaptação resultou em um protetor facial hospitalar, o Cliever Shield. “O processo foi simples, pois é nosso core business”, afirma Krug. “Acionamos todo nosso time fabril para gestão e produção, enquanto o comercial ficou em home office”. O CEO projetou uma demanda pelo produto superior a 500 mil unidades durante a pandemia.

Compass
A tecnologia de impressão 3D também está no foco da atuação de outra companhia com sede na capital mineira, a Compass, que utiliza o equipamento, juntamente com scanners tridimensionais, para produzir aparelhos ortodônticos. A empresa, que contou com R$ 5 milhões em investimentos do Criatec 2 desde 2015, passou a fabricar uma estrutura de suporte dos protetores faciais.
A empresa mudou o foco de sua produção para para ajudar as equipes que atuavam na linha de frente do combate à covid-19, como conta o fundador e CEO da Compass, Bruno Frazão Gribel, e suspendeu por várias semanas sua produção de alinhadores dentais para produzir protetores faciais.

Nanox
Outra companhia com os equipamentos de proteção na mira é a Nanox, de São Carlos (SP), que fornece uma tecnologia baseada em nanopartículas de prata para revestimento bactericida e antiviral em diversas superfícies. A empresa, na qual o Criatec 2 investiu R$ 3 milhões em 2015, registrou um aumento de 400% na procura por seus produtos desde o início da pandemia.
“Temos uma linha de produtos sólidos, em pó, que podem ser misturados a qualquer tipo de plástico para fazer embalagem, luvas, máscaras, tecidos e até eletrodomésticos”, explica o CEO da Nanox, Gustavo Simões. “A linha de líquidos é destinada a tintas e madeira”.
A empresa previu a necessidade de expansão da capacidade produtiva para atender à demanda gerada pela covid-19. “Temos projetos para fabricação de máscaras N95, a serem lançadas no Brasil e nos EUA, além de um saneante para limpeza hospitalar“, anuncia o CEO.

Os fundos da série Criatec são fundos de investimento em participações em micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) inovadoras, nos quais a BNDES Participações (BNDESPar) – subsidiária de participações societárias do banco de fomento – investe juntamente com outros parceiros, em sua maioria bancos de desenvolvimento regionais. O Criatec está em sua terceira edição e, juntos, os fundos já apoiaram mais de 90 empresas brasileiras, viabilizando o registro de cerca de 100 patentes e a criação de mais de mil produtos..
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