BNDES aprova financiamento de R$ 49,8 milhões para a Copesul
. Recursos serão destinados à construção de forno, que aumentará produção da empresa
A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 49,8 milhões para a Copesul, a central de matérias primas do Pólo Petroquímico do Sul, localizada em Triunfo (RS). Os recursos, equivalentes a 53,2% do valor total do investimento, serão destinados à instalação de um forno de pirólise para o processamento de nafta, na unidade industrial da empresa. O restante dos investimentos virá da própria Copesul. Trata-se de uma operação direta, com fiança do BRDE.
O novo forno produzirá 56 mil toneladas por ano de eteno (utilizado para a fabricação de polietileno) e 27 mil toneladas por ano de propeno e vai permitir que a empresa opere com sua capacidade nominal de produção, hoje limitada por interrupções para manutenção dos fornos em operação.
Com a expansão, a Central aumentará a produção de petroquímicos de primeira geração – fornecedores de matérias-primas para a fabricação de produtos de segunda geração - no Pólo de Triunfo, a fim de atender ao crescimento do mercado. Ou seja, a construção do forno dará mais flexibilidade operacional à Copesul, uma vez que a empresa conseguirá manter a produção mesmo durante a manutenção dos outros equipamentos.
Essa estratégia é particularmente importante no momento em que o mercado petroquímico passa por um ciclo de alta, tanto no Brasil, quanto no mundo. Este ano, o Banco deverá liberar cerca de R$ 600 milhões para financiar projetos do setor - uma elevação de 300% em relação aos desembolsos de 2004. Com isso, estimulará o aumento da oferta de insumos petroquímicos, permitindo o crescimento da produção dos principais clientes de petroquímicos, a indústria de transformação plástica.
Historicamente, o setor mantém grande elasticidade em relação ao crescimento da economia. Para cada 1% de aumento do PIB, o consumo de resinas cresce 3%, com impactos positivos sobre a geração de renda e emprego.
Empresa - A Copesul tem uma capacidade instalada de 3,2 milhões de toneladas/ano de produtos petroquímicos. Desse total, 1,1 milhão de toneladas/ano são de eteno, principal insumo básico da petroquímica e que corresponde a cerca de 40% da capacidade instalada do País, de 2,9 milhões de toneladas/ano. O restante está dividido entre a Braskem, que responde por 44% da capacidade instalada de eteno no Brasil (1,2 milhão de toneladas/ano), e a Petroquímica União (PQU), com 17% (500 mil toneladas/ano). No segundo semestre de 2005, está previsto o início de operação da Rio Polímeros, com capacidade de produção de 510 mil toneladas/ano de eteno.
No Brasil, o setor petroquímico está estruturado a partir de três centrais de petroquímicos básicos – Copesul, Braskem e PQU – que utilizam a nafta como matéria prima principal. No mundo, apesar de a nafta continuar sendo a mais usada, existem alternativas para o seu uso, como o gás natural. A Copesul tem como principais produtos o eteno e o propeno, que respondem, respectivamente, por 50% e 20% do faturamento da empresa. Seus principais clientes, instalados no Pólo do Sul, são a Braskem, Ipiranga Petroquímica, Petroquímica Triunfo, DSM Elastômeros e Innova, que respondem por 80% da produção da Copesul.