BNDES apoia revitalização do Sítio Burle Marx com R$ 5,45 milhões
Requalificação do espaço viabilizará candidatura a patrimônio mundial da Unesco e oferecerá melhor experiência aos visitantes

Foto: Oscar Liberal (Iphan).
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a concessão de apoio não reembolsável de R$ 5,45 milhões à Intermuseus, uma associação civil sem fins lucrativos, para reforma, requalificação e revitalização do Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx, localizado em Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio.
Os recursos do BNDES, viabilizados pela Lei Rouanet e pelo Fundo Cultural do Banco, representam 61,7% do investimento total no projeto, que visa à requalificação do espaço, preparando-o para a candidatura a patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Com as intervenções, a sociedade poderá usufruir de melhor experiência de visitação e maior acesso público digital. Também serão implementadas no museu novas iniciativas de sustentabilidade financeira que contribuam para sua perenidade.
As ações previstas incluem a elaboração do planejamento estratégico museológico, execução de estudos e projetos arquitetônicos, modernização de equipamentos, realização de uma exposição de longa duração, disponibilização do acervo de Roberto Burle Marx em base de dados digital para consulta pública, planejamento da comunicação e divulgação do espaço, investimento em licenciamento da marca em produtos e contratação de consultoria para a estruturação de fundo patrimonial (endowment).
O sítio – Situado em uma propriedade de 400 mil metros quadrados, o Sítio Burle Marx abriga ainda uma das coleções mais importantes de plantas tropicais e semitropicais do mundo, com cerca de 3.500 espécimes de espécies nativas e exóticas, sendo visitado frequentemente por acadêmicos de cursos como biologia e biotecnia.
O sítio foi adquirido na década de 1940 pelo paisagista Roberto Burle Marx para instalar sua coleção botânica. Nos anos 70, quando Burle Marx transferiu sua residência para o local, a área passou a abrigar também seus objetos pessoais, sua produção artística e suas coleções de arte e design.
Em 1985, o artista doou o sítio e todo o seu acervo à Fundação Nacional Pró-Memória, que foi sucedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Hoje, o espaço constitui uma unidade especial do Iphan, vinculado ao Ministério da Cultura, sendo um bem tombado em nível federal pelo próprio instituto.
Incluído na lista indicativa brasileira de patrimônio mundial por iniciativa do governo federal, em 2015, o local precisa de intervenções, pois não dispõe de infraestrutura para acolhimento dos visitantes, nem de espaços adequados para o atendimento a pesquisadores, acondicionamento das coleções ou realização de cursos.