CEB Distribuição é vendida por R$ 2,5 bilhões, com investimentos esperados de R$ 5 bilhões
4.12.20
A Bahia Geração de Energia, empresa do grupo Neoenergia, venceu o leilão de desestatização da CEB Distribuição S.A (CEB-D), realizado na manhã desta sexta-feira na B3, em São Paulo, com oferta de R$ 2,515 bilhões, 76,63% acima do valor mínimo estipulado pelo edital. No processo, o BNDES foi contratado pelo governo do Distrito Federal para coordenar a privatização da empresa. O leilão de privatização foi realizado menos de 11 meses após a contratação dos consultores pelo BNDES.
Após a divulgação das propostas iniciais – a primeira proposta aberta já indicava ágio superior a 50% - , seguiu-se sessão com mais de 25 lances ao vivo em um processo “emocionante” segundo o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Além de gerar R$ 2,5 bilhões para o caixa do estado, vai trazer R$ 5 bilhões em investimentos para a região, beneficiando 3 milhões de pessoas”, afirmou, ressaltando ainda que “esse recurso vai gerar obra, investimento e aliviar o caixa do estado, tão apertado neste momento”. Segundo o presidente do BNDES o projeto pode ser considerado a maior operação de M&A (fusão ou aquisição), em termos de múltiplo, da história brasileira no setor de distribuição de energia.
O Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ressaltou que a recuperação da empresa demandava muito investimento e que o estado deve se debruçar em serviços como educação, saúde e transporte pública de qualidade. “Essa atividade de distribuição de energia certamente estará muito melhor a cargo da iniciativa privada”, afirmou.
A CEB-D atende mais de um milhão de unidades consumidoras, com cerca de três milhões de pessoas, em uma área de 5,8 mil km2. A companhia estava apresentando uma série de inadimplementos de parâmetros regulatórios relativos a qualidade na prestação dos serviços e de robustez econômico-financeira, o que gerava risco de perda da concessão para fornecimento do serviço. Se a concessão fosse cancelada, além de perder a oportunidade de monetização do ativo, haveria perspectiva de ônus para a CEB-D da ordem de R$ 1 bilhão.
Frente à perspectiva de descumprimento dos indicadores técnico-operacionais e de sustentabilidade econômico-financeira e como forma de viabilizar a manutenção da concessão, o Ministério de Minas e Energia (MME) concedeu um período adicional de três anos para o atingimento dos níveis de qualidade do serviço exigidos pela ANEEL, mas condicionou à transferência do controle da Companhia para um investidor privado. A mudança da gestão para um grupo privado poderá ampliar a capacidade de investimento da CEB-D, com o consequente atendimento dos parâmetros operacionais e melhores serviços à população. “A empresa vai trazer para os consumidores um serviço que precisa de fato ser entregue“, afirmou Marisete Pereira, secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia.
“Concluímos em cerca de 11 meses uma privatização extremamente bem fundamentada, disse o presidente da CEB-D, Edison Garcia, ao falar da rapidez e qualidade da estruturação da operação. O governador Ibaneis Rocha também destacou o papel do BNDES no processo: “Busquei o BNDES na certeza de que além de dar credibilidade ao leilão nos forneceria todo um know-how que não tínhamos”, afirmou.
Mais informações sobre o processo estão disponíveis aqui.
Dados sobre os projetos em estruturação do BNDES estão disponíveis em http://hubdeprojetos.bndes.gov.br/
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