BNDES assina com a UFRJ contrato de R$ 1,6 milhão para combate à tuberculose
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, e o diretor Mauricio Borges Lemos, firmaram nesta quinta-feira, dia 28, com o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aloísio Teixeira, e o presidente da Fundação José Bonifácio (FUJB), Raymundo Oliveira, contrato de colaboração financeira, no valor de até R$ 1,6 milhão. Os recursos, não reembolsáveis, são provenientes do Fundo Social e serão utilizados pela Fundação, uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, na realização de obras de infra-estrutura para a realização de pesquisa, ensino e extensão do Programa Acadêmico de Tuberculose, do Instituto de Doenças do Tórax (IDT), instalado no Complexo Hospitalar da UFRJ, na Ilha do Fundão. As obras abrangerão 1.605 metros quadrados de área, com a construção de cinco salas de atendimento.
O projeto visa obter maior eficácia no combate à tuberculose - com pesquisas de novos fármacos e novas vacinas - e aumentar o compartilhamento de informações e de conhecimento dentro da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (Rede-TB), integrada por centros acadêmicos de todo o País, dedicados ao controle da tuberculose. O objetivo é contribuir para que se atinja as metas internacionais de diagnóstico e cura estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pactuadas pelo governo brasileiro. São elas: até 2005, diagnosticar 70% dos casos de tuberculose estimados e curá-los em 85%; até 2010; reduzir em 50% a taxa de mortalidade e a prevalência da doença; e até 2050, reduzir a incidência da doença para menos de um caso por milhão de habitantes no mundo.
Atualmente, o IDT realiza por ano 15 mil atendimentos laboratoriais; 600 internações; 300 cirurgias de tórax; e mais de 20 mil procedimentos laboratoriais diversos, específicos para a área respiratória. Após a conclusão do projeto, a meta é dobrar a capacidade de atendimento. Além disso, será superada a atual dificuldade para tratar casos muito graves de doentes de tuberculose, uma vez que, com as novas instalações, os pesquisadores vão poder ampliar o atendimento e contar com instalações especiais que apresentam risco mínimo de contaminação.
A tuberculose ainda é um sério problema de saúde pública no Brasil, com profundas raízes sociais, estando intimamente ligada à pobreza e à má distribuição de renda. É uma das principais causas de mortalidade no País. O Brasil ocupa o 13º lugar no ranking dos 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose do mundo. A incidência estimada no País é de 124 mil casos de tuberculose por ano, dos quais cerca de 90 mil são notificados, a maioria em grandes centros urbanos.
Ainda hoje a tuberculose permanece dentre as doenças infecciosas como a maior causa de morte de adultos no mundo. A cada ano, 54 milhões de pessoas são infectadas com o bacilo de tubérculo, 6,8 milhões desenvolvem a doença clínica e três milhões de pessoas morrem de tuberculose, segundo dados da OMS.
O bacilo da tuberculose pode ser contraído e ficar por até 30 anos sem se manifestar. Contudo, face ao efeitos da pobreza na saúde humana, principalmente em países subdesenvolvidos, o bacilo encontra condições favoráveis para se manifestar. A co-epidemia de HIV/AIDS contribui para o impacto da tuberculose.