Risco de crédito


O risco de crédito é o risco associado à possibilidade de ocorrência de perdas decorrentes do não cumprimento, pelo tomador ou contraparte, de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas nas renegociações e aos custos de recuperação. Desse modo, a gestão do risco de crédito no BNDES permeia todo o processo de concessão, monitoramento, cobrança e recuperação de créditos, englobando a atuação de diversas áreas.

O BNDES apura a parcela de capital regulamentar para toda sua carteira de créditos e para todos os demais ativos, tais como títulos e valores mobiliários, swaps e operações compromissadas, e envia as informações ao Banco Central, mensalmente. Em 2011, a parcela do capital regulamentar referente ao risco de crédito (PEPR – parcela de exposições ponderadas por fator de ponderação de risco) subiu de R$ 48,2 bilhões, em dezembro de 2010, para R$ 51,9 bilhões, em dezembro de 2011. De um lado, a trajetória reflete o próprio crescimento dos empréstimos contratados e dos compromissos de crédito assumidos. De outro, demonstra o efeito provocado pela entrada em vigor das regras 38, 39 e 40 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).

Adicionalmente, o BNDES elabora estimativas próprias para os diferentes componentes do risco da carteira de créditos, com vistas a avaliar potenciais perdas financeiras. O Banco também realiza a apuração de limites regulamentares internos e externos, entre eles, limites de exposição por cliente e ao setor público, limites setoriais, além de diversos indicadores relacionados à carteira do BNDES, como inadimplência e créditos baixados como prejuízo, qualidade da carteira e provisionamento, concentração por grupo econômico e por setor de atividade, entre outros.

No ano de 2011, houve aumento expressivo na carteira de crédito do Sistema BNDES, que ultrapassou R$ 437 bilhões. Tal aumento, entretanto, não implicou deterioração do perfil de crédito da carteira. A participação dos créditos em grau de investimento (riscos de crédito AA e A, na escala Bacen) ultrapassou 87% do total, sendo superior à observada em 2010. A taxa de inadimplência média no ano atingiu 0,1%, menor patamar observado nos últimos anos. Esses fatores contribuíram para redução significativa da provisão para risco de crédito.

O volume financeiro recuperado pelo BNDES foi superior a R$ 749 milhões em 2011. Além disso, foram renegociadas 45 operações, no montante de R$ 1,2 bilhão. Desse valor, existe a expectativa de recebimento de R$ 870 milhões. O saldo restante está sujeito à dispensa, condicionada ao cumprimento de obrigações diversas.

No decorrer de 2011, o Banco deu continuidade ao processo de implementação de um aplicativo de mercado, adquirido via processo licitatório, destinado ao gerenciamento de risco de crédito do BNDES e de suas subsidiárias. O processo de implementação é apoiado por consultoria externa e sua conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2012. Um grande esforço de tratamento e integração de informações foi realizado com o suporte da Área de Tecnologia da Informação, de modo a possibilitar que a ferramenta produza um conjunto de informações gerenciais e regulamentares fundamentais ao processo decisório da Alta Administração.

Paralelamente, foi finalizado em 2011 o cálculo da rentabilidade dos contratos do BNDES que, ao longo de 2012, servirá de insumo ao estudo relacionado aos indicadores de desempenho ajustados a risco das linhas e programas do BNDES.