Risco de mercado


O risco de mercado corresponde à possibilidade de perdas financeiras resultantes da alteração nos valores de mercado de posições ativas e passivas detidas pela instituição, entre as quais se incluem os riscos de operações sujeitas à variação da cotação de moeda estrangeira, das taxas de juros, dos preços das ações e dos preços de mercadorias (commodities).

A unidade responsável pelo gerenciamento do risco de mercado monitora as parcelas de requerimento de capital relativas ao risco de mercado. Os resultados obtidos são compilados nos relatórios gerenciais, divulgados internamente, e nos documentos destinados ao órgão regulador. O BNDES também apura os limites gerenciais internos, relacionados aos descasamentos por fator de risco de mercado, oriundos do conjunto de operações do Banco.

Com relação à evolução das parcelas do capital regulamentar, em 2011, a parcela de juros da carteira de negociação (PJUR) apresentou redução de R$ 94,6 milhões em 2010 para R$ 71,7 milhões em 2011, sobretudo em virtude da menor exposição a derivativos de hedge. O risco de taxa de juros da carteira de não negociação (RBAN) registrou alta ante 2010, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,5 bilhão, em função principalmente dos descasamentos por fatores de risco gerados pelas captações do Tesouro Nacional. Tais descasamentos, mesmo que benéficos para a rentabilidade do Banco, uma vez que estão associados à aquisição de títulos públicos federais financiados por passivo em TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), geram risco de mercado para a instituição. Os descasamentos em moedas estrangeiras mantiveram-se em patamar pouco significativo e a exposição direta a commodities nula, resultando em parcelas de risco cambial (PCAM) e de mercadorias (PCOM) nulas. Cabe acrescentar que, pelo fato de não terem o objetivo central de ganho de capital, as ações detidas pelo BNDES não fazem parte da carteira de negociação e, portanto, têm seu risco apurado apenas pela parcela de ativos ponderados pelo risco, com tratamento integrado às medidas de risco de crédito (PEPR). A parcela de ações da carteira de negociação (PACS), portanto, é nula.

Merece destaque, em 2011, a conclusão do projeto de implementação do Sistema de Risco destinado ao gerenciamento dos riscos de mercado e liquidez, contratado com consultoria externa. O sistema permitirá uma significativa evolução na gestão de risco de mercado do BNDES, com maior capacidade de auxílio no processo de tomada de decisão, com base na realização de análises mais consistentes e em menor tempo.

Em 2011, também foi priorizado o desenvolvimento dos processos necessários para o atendimento das alterações no cálculo do requerimento de capital para risco de mercado, definidas pela Circular 3.498/2010 do Banco Central; e a geração de cenários para os fluxos de caixa futuros e balanço patrimonial do BNDES até 2020, com base em modelo desenvolvido internamente.